"A minha equipa é como uma segunda família para mim" - Tiago Magalhães, capitão dos Iniciados do FC Felgueiras

Tiago Magalhães

Boa tarde Tiago Magalhães. Comecemos por dar a conhecer um pouco mais de si àqueles que são mais distraídos da realidade da formação do FC Felgueiras. Descreva-se um pouco enquanto jogador e fale-nos um pouco sobre a sua curta, mas esperemos que com sucesso, carreira futebolística.  

R:  Muito boa tarde. Na verdade não há muito para falar sobre mim, pois sou apenas um rapaz que faz do futebol a sua vida. Devo ao futebol tudo o que sou hoje! Sempre fui um miúdo bastante tímido quase sem amigo. Tudo mudou com a minha entrada para o futebol. Passei cinco anos a convencer o meu pai para me deixar alistar nas camadas jovens mas ele nunca me deixou entrar devido a problemas de saúde. Na época passada, por altura de Novembro, finalmente o meu pai concretizou-me esse sonho. 

Se há coisa que não me esqueço foi da primeira vez que estive com a minha equipa. Cheguei ao sintético num dia de treino e estava com o meu pai a vê-los treinar quando do nada o meu treinador veio ter comigo e me perguntou: “És o Tiago? Já tenho ouvido falar de ti.”. Nem dá para explicar esta sensação de orgulho que senti ao ouvir aquilo! A partir daí foi tudo diferente, nasceu um novo eu. Passei de um simples miúdo com excesso de peso que ninguém conhecia, a capitão de uma equipa de futebol da primeira liga com amigos por todo o concelho.  

Entrando a meio da época o meu pai alertou-me que podia ser difícil poder jogar pois não tinha ritmo de jogo, não conhecia a equipa, nem estava inscrito, mas não foi por isso que desisti. Lutei como tenho lutado sempre.  Passado alguns meses, em Janeiro, logo após a minha inscrição estar concluída fui convocado para o meu primeiro jogo oficial. A partir daí nunca falhei um jogo nessa época acabando ainda por marcar dois golos. Tive a sorte de participar na equipa Municipal onde vivi uma experiência inesquecível e onde fiz amigos que nunca mais me vou esquecer e ainda hoje gostava de encontrar. Infelizmente a vida não é um mar de rosas, pelo que sofri uma lesão no decorrer da época, mas isso não me afastou dos relvados. Lutei e superei essa barreira. Esta época tive o ponto alto da minha carreira quando o mister me deu o lugar de capitão. Infelizmente, esta época não conseguimos a manutenção da equipa, mas não vamos baixar a cabeça. Vamos lutar e encarar cada batalha como se fosse a última.

Sendo capitão da equipa de Iniciados do FC Felgueiras acarreta mais responsabilidades. Com a sua tenra idade já sente alguma pressão extra?  

R:  Felizmente ainda não e devo isso a toda a minha equipa, pois entre nós existe um relacionamento de irmandade, sendo esta uma segunda família para mim. Eles compreendem que eu ainda sou um “novato” na equipa pois fui um dos últimos a ser inscrito, daí me darem grande apoio em tudo o que preciso. Não tenho aquele “medo” de errar ou ser julgado, pois como o meu mister diz “é ao errar que aprendemos e é mesmo para isso que servem as camadas jovens: mais vale errar agora para aprender no futuro”. Posso ser capitão mas isso não me diferencia dos meus colegas, continuo a ser um jogador como eles apenas dou a cara pela equipa sempre que for preciso. 

Como encara o seu futuro no mundo futebolístico?  

R:  Para mim poder seguir uma carreira no mundo do futebol era um sonho! Infelizmente não passa disso. Desde que entrei para o Felgueiras o meu pai sempre me alertou: “convence-te que não vais fazer do futebol a tua vida! Acima de tudo ainda tens os estudos.” E é nisso que tenho que me focar agora pois sei que a minha estadia neste clube depende dos meus níveis escolares. Tenho consciência disso, mas o meu pai faz questão de repetir inúmeras vezes o que compreendo pois tenta apenas zelar pelo meu futuro. Mesmo assim não tenciono largar o futebol de forma alguma. O futebol está em mim, corre no meu sangue e nunca o deixarei. 

Sendo ainda um jovem, presumimos que tem uma referência no futebol mundial. Qual é?  

R:  Sabe-se que a maioria dos rapazes sonham poder ser como o Ronaldo ou o Messi, os chamados melhores jogadores do mundo, mas alguém que perceba e se dedique realmente ao futebol sabe que não se pode basear apenas na fama de um jogador. Pessoalmente sonho um dia ser como o Mats Hummels, Tiago Silva, Varane (…) todos grandes nomes do futebol associados a minha posição. 

Dentro do plantel sénior do FC Felgueiras qual é o jogador com quem mais se revê?  

R:  É difícil escolher apenas um porque todos são grandes exemplos a seguir, sendo todos grandes figuras para alguém que ainda agora está a começar a sua experiência no mundo do futebol. Mas destaco Gil Dias e Ricardo Pedrosa, duas figuras nas quais me baseei o para o meu futuro.

Obrigado por esta pequena entrevista Tiago, que seja uma época cheia de sucessos, quer a nível individual, quer a nível coletivo.  

R:  Eu é que agradeço por me deixar representar o nosso grande clube e poder dar a cara por esta instituição que tão bem me acolheu e sempre me ajudou.